A Moçambique Dugongo Cimentos, empresa notificado pelo braço empresarial da Frelimo, partido no poder, assegurou ontem, segunda-feira, que vai pagar a sanção de 20,5 milhões de meticais aplicada em Agosto por práticas que dificultam a concorrência.
A multa foi estipulada pela Autoridade Reguladora da Concorrência com o fundamento de que a Dugongo não respondeu a perguntas do regulador sobre “metodologias de cálculo dos preços de venda” suscitadas por “indícios de práticas que reduzem no sector do cimento de construção”.
Em declarações à Televisão de Moçambique (TVM) e citado pela Lusa, o porta-voz da cimenteira, Rui de Carvalho, garantiu que a companhia vai pagar a sanção, mas acusou o regulador de não ter feito diligências junto da Dugongo.
“Vamos pagar a multa, mas não fomos contactados e a decisão de multar a empresa foi tomada com base em correspondência tirada da empresa sem o conhecimento da administração”, afirmou Carvalho.
O porta-voz da Cimentos Dugongo rejeitou as acusações imputadas pelo regulador, defendendo que a empresa só irá pagar para proteger “os interesses nacionais”, sem ser concreto em relação ao significado desta expressão.
A Moçambique Dungongo Cimentos é detida pelos grupos empresariais moçambicano SPI e chinês West China Cement Limited (WCC).
A SPI é uma entidade que tem sido associada por instituições de pesquisa à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e detém uma vasta carteira de negócios, situação que o partido no poder nunca comentou.
Logo após a sua entrada no mercado, em maio de 2021, a Cimentos Dugongo praticou preços de cimento muito inferiores aos que eram aplicados no mercado, levando outros operadores a acusarem a empresa de deslealdade e de provocar a falência de outras cimenteiras e despedimentos de mão-de-obra no sector.
Depois de meses de actividade e com preços muito baixos, a empresa subiu o custo de cimento para níveis próximos do que era praticado pelas cimenteiras obrigadas a encerrar.
De: Francisco Jovo