A Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) indicou as causas sobrenaturais como motivo para a frequente ocorrência de acidentes de viação na Estrada Nacional Número 1 (EN1), no distrito da Manhiça, província de Maputo.
“Uma vez que os acidentes não estão a parar, o Governo vai ter de se sentar connosco e autorizar-nos a fazer o trabalho [tradicional]”, disse o presidente da AMETRAMO, Fernando Mate.
De acordo com este, as autoridades já realizaram uma cerimónia tradicional com médicos locais para travar o número de acidentes, mas o grupo “não conseguiu resolver o problema”, considerado “sobrenatural”.
Mate, falava aquando da celebração do Dia da Medicina Tradicional Africana, em Maputo.
Nos últimos anos, a EN1 tem sido local de graves acidentes de viação, principalmente no troço que atravessa o distrito da Manhiça (no sul do país), com dezenas de mortes, quase sempre envolvendo transportes colectivos.
O acidente mais grave de sempre das estradas de Moçambique, ocorreu em Julho de 2021, neste distrito onde houve registo de 32 mortos e 28 feridos.
Os médicos tradicionais, comummente designados curandeiros, têm sido um dos recursos da sociedade em alternativa à medicina convencional.
Em Moçambique, alguns grupos acreditam que os médicos tradicionais podem tratar doenças para as quais os profissionais de saúde dizem não ter cura e até resolver outros problemas.
Em contrapartida, em vez das causas sobrenaturais, as autoridades moçambicanas têm indicado como as principais causas dos sinistros, o excesso de velocidade e condução sob efeito de álcool.
Os índices de sinistralidade rodoviária em Moçambique são classificados como dramáticos por várias organizações.
Em média, pelo menos mil pessoas morrem anualmente nas estradas, segundo dados avançados à Lusa pela Associação Moçambicana Para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (Amviro). (MZNews)
De: Custódio Persidónio Cossa