Vahanle confirma tentativa de assassinato por agente da UPAI e apresenta arma

Edil da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, confirma a tentativa do seu assassinato, frustrado pela sua segurança, que alegadamente estava a ser engendrado por um agente da Unidade de Protecção de Altas Individualidades (UPAI).

Depois de um silêncio de mais de 48 horas após o sucedido, Vahanle chamou, esta quinta-feira, jornalistas para lhes apresentar a arma de fogo e 15 munições. O autarca conta que, no passado dia 22 de agosto corrente, quando a autarquia celebrava os 67 anos de elevação à categoria de cidade, a sua segurança deteve um membro confesso pertencente a Unidade de Protecção de Altas Individualidades (UPAI), ao lado da tribuna principal.

Segundo Vahanle, das investigações feitas, o “alegado assassino” confessou que estava numa viatura de cor azul e, para além dele, estava acompanhado por mais quatro colegas com a mesma missão [assassina-lo]. “Primeiro, ele lamentou-se, depois disse que iria sofrer, ou seria morto (por falhar a tentativa) com senhora ministra do Trabalho, e ficamos sem perceber que motivos levariam a ministra do Trabalho para essa missão [assassinato]”, disse.

O suposto assassino foi detido na posse de uma arma de fogo do tipo pistola, carregada com 15 munições. Paulo Vahanle é também guarnecido por ajudante de campo membro da UPAI, que, aliás, reconheceu o colega, mas que desconhecia as razões da sua presença no local.

O mais estranho, para Paulo Vahanle, é que “esta força [UPAI] funciona aqui ao lado a quase cinco metros e a cerimónia é aqui, como é que ele vai precisar de viatura com quatro colegas [para reforçar efectivo]? E, para além disso, esse senhor foi capaz de se introduzir aqui e pedir uma camiseta e boné e vestir-se aqui, o quer dizer que a camisa dele [fardamento policial] tinha tirado”, disse.

O presidente do município de Nampula diz que a tentativa do seu assassinato tem a ver com ligações políticas partidárias, mas diz que não vai vergar e continuará a lutar por Nampula mesmo que lhe custe a morte. “Há questões que nos deixam muito preocupados; a primeira é que essa força [UPAI] que traz esta arma está instalada no quintal do cabeça-de-lista do partido FRELIMO [simultaneamente Governador de Nampula], e esse cabeça-de-lista e toda a direcção máxima do partido não se faz presente em nenhum momento nas festividades 67 anos da nossa cidade”, lamentou.

 

Polícia desmente tentativa de assassinato e diz que o agente estava em serviço

O porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, Zacarias Nacute, nega tentativa de assassinato a Paulo Vahanle, mas assume que o agente é membro da corporação e que estava escalado para proteger o Edil e a população.

Nacute diz ainda que: “é preciso deixar claro que a Polícia da República de Moçambique, no âmbito da garantia da ordem e segurança públicas, tem várias formas de funcionamento e uma delas é de alocar agentes da PRM à paisana sem que para isso possa levantar suspeitas aos indivíduos que, por ventura, possam querer cometer algum delito. No entanto, queremos também repudiar dado ao facto de que trava-se de um local onde existiam outros membros da Polícia a garantir a segurança do local e o próprio comandante da Polícia Municipal é um agente da PRM e poderiam fazer chegar essa informação para poder esclarecer, mas infelizmente tivemos essas situação e reiteramos que se trata de um agente que estava devidamente escalado”, disse.

Mas, Paulo Vahanle rebate: “a PRM não pode, de forma alguma, comunicar ao povo moçambicano que se trata de falso alerta. A verdade é que vinham para me assassinar, mas eu, Paulo Vahanle, não estou sozinho”, disse.

O Edil de Nampula, que além da protecção do Estado usa uma força alocada pelo seu partido, diz que vai reforçar o seu pessoal, para evitar que seja assassinado tal como aconteceu com o seu antecessor Mahamudo Amurane, a 4 de outubro de 20217.

Fonte: (CartaMoz)

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