O Governo vai nomear uma nova comissão para dialogar com os médicos. O grupo vai ser chefiado pelo Primeiro-ministro, Adriano Maleiane. Com esta acção, o plano é melhorar o diálogo. Ainda assim, o Executivo diz que não tem estado a notar grandes problemas nas sessões com os médicos.
Primeiro, é importante que se diga: o Governo não acredita que as negociações com os médicos não estejam a ter avanços, mas “havendo um aparente bloqueio no diálogo, o que se vai fazer agora é evoluir para um novo estágio, em que se deverá clarificar o que não está a correr bem e, daí, definir-se-ão os passos seguintes”.
É neste contexto que o Governo decidiu apostar em Adriano Maleiane, Primeiro-ministro da República de Moçambique. “Não obstante os encontros realizados na última semana, incluindo no final dela, o Governo destacou um grupo de trabalho, chefiado por Sua Excelência o Primeiro-ministro para continuar a aprofundar as questões ainda pendentes neste processo”, disse Inocêncio Impissa.
Segundo, sobre as ameaças que os membros da direcção da Associação Médica de Moçambique dizem estar a sofrer, o Governo entende que tudo deve ser feito segundo os caminhos que, normalmente, um crime segue, até porque é disso que se trata: um crime.
Num primeiro momento, sobre este assunto, “Inocêncio Impissa defende que “antes de ir à imprensa, este assunto devia ter ido à Procuradoria-geral da República”, para que se pudesse fazer a abertura de um processo-crime, tal como acontece habitualmente.
Logo a seguir, foi-lhe colocada a pergunta sobre a razoabilidade de pessoas sob ameaça darem as caras na Procuradora, que é do Estado, para denunciar pessoas sem rosto que estão a mandar estas ameaças.
Foi, então, que, ao longo da sua explicação, depois, mandatou as unidades de investigação para apurarem e aprofundarem os detalhes desta denúncia que chamou de “denúncia pública”, feita pelos médicos no último domingo, dia em que anunciaram a prorrogação da greve da classe.
Há algumas sessões, o Governo, curiosamente, representado por Inocêncio Impissa, disse que os médicos sem nomeação definitiva poderão ser dispensados à luz do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, que admite que os contratos podem cessar unilateralmente caso uma das partes decida denunciá-lo.
63% DOS SALÁRIOS DE AGOSTO JÁ FORAM PAGOS
O Governo diz que 63% dos funcionários públicos já receberam salários relativos ao mês de Agosto corrente, mesmo ainda havendo alguns pendentes do mês de Julho.
Segundo o Governo, espera-se que estas questões, de Julho, sejam resolvidas até ao final do dia de amanhã , quarta-feira.
Para os salários de Agosto, o pagamento está a ser feito de forma híbrida, sendo uma parte com o sistema único (e-folha) e outra, numa folha paralela, o que implica recurso aos mecanismos anteriores. A ideia é garantir que, segundo Impissa, até ao dia 30, todos os funcionários do Estado tenham os seus salários nas contas.
Fonte: (O País)