Autoridades do país revelam que, pelo menos 1.4 milhão de pessoas, 900 mil das quais na província nortenha de Cabo Delgado, estão em risco de segurança alimentar aguda no país.
O Observatório do Meio Rural (OMR) chama atenção e diz que a situação é muito mais grave, pois não se deve olhar apenas para os números dos afectados, mas todo o contexto social e económico nacional.
Leonor Mondlane, Secretária Executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar, reconhece que a situação é má, porque “da avaliação que fizemos, verificámos que 1.4 milhão de pessoas estão em risco de insegurança alimentar aguda”.
Mondlane avançou que 900 mil dos afectados se encontram na província de Cabo Delgado, que há sensivelmente cinco anos, é afectada por acções terroristas.
Contudo, a pesquisadora do Observatório do Meio Rural, Mariam Abas, considera grave a situação de segurança alimentar em Moçambique, e afecta sobretudo as crianças.
Citada pela VOA, a pesquisadora referiu que recentemente, 43% das crianças moçambicanas com idade inferior a cinco anos, sofriam de subnutrição crónica, um número “muito elevado.”
Na óptica de Abas, há vários factores que contribuem para esta situação, sustentando que se não forem melhorados, não vai ser possível resolver o problema da segurança alimentar.
“Falo, por exemplo, das fontes de água para consumo, porque no meio rural, as pessoas abastecem-se de águas de rios ou lagos, e essas fontes representam um perigo à saúde, e nós verificamos que ainda existe uma percentagem de agregados familiares que consome água não tratada,” disse a pesquisadora. (MZNews)
De: Custódio Persidónio Cossa