A narrativa oficial do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) registou um crescimento de 20% da produção local de batata-reno, precisamente na campanha agrária 2021-2022,atingindo a marca das 57 mil toneladas.
Os dados oficiais indicam que, na mesma epoca, o país importou 70 mil toneladas, para cobrir o défice. Os mesmos dados oficiais prevêem que a produção local de batata-reno deverá crescer cerca de 20%, permitindo que mais de 50% da batata consumida passe a ser nacional. Como consequência do aumento da produção nacional, o preço da batata-reno baixou consideravelmente no Mercado Grossista do Zimpeto.
O distrito de Massingir, na província de Gaza é um dos centros de maior produtividade de batata-reno, nesta região o saco de 10 kg, de batata limpa, é vendido, à porta do produtor, a 200,00 Mts. Já no mercado do Zimpeto, o preço da mesma batata, com data de 5 de Setembro, não ultrapassava os 230,00 Mts.
A “Carta” fez uma ronda no Shoprite, para ver se a retórica governamental, da contenção do custo de vida com base no aumento da produção local correspondia efectivamente na redução no preço final ao consumidor de alguns produtos como a batata.
O que apurou-se foi um cenário de especulação. A mesma batata comprada a 200,00 Mts no produtor em Massingir é vendida a 299,00 Mts no Shoprite. Isto é, cerca de 50% de margem de lucro.
Logo, segundo a “Carta” isto corresponde a um autêntico roubo ao consumidor final e é aí onde entidades como a Inspecção de Actividades Económicas (INAE) devia apurar sua fiscalização. Mas o caso mostra que o encarecimento do custo de vida não pode ser atribuído exclusivamente às políticas governamentais, mas a predadores da especulação que navegam num mercado retalhista sem o devido policiamento. (CartaMZ)
De: Custódio Persidónio Cossa