Consultora Oxford Economics prevê que Moçambique tenha inflação de taxas de juro outra vez em Novembro

A consultora Oxford Economics Africa considerou ontem que o Banco de Moçambique poderá adoptar um novo aumento da taxa de juro de referência, para 17,75% na reunião de Novembro devido à subida da inflação.

“Prevemos que a inflação continue a aumentar, para 12,4% no quarto trimestre deste ano face ao homólogo, o que poderá possivelmente desencadear uma nova subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) de 50 pontos base na próxima reunião de política monetária, a 30 de Novembro”, escrevem os analistas citados pela Lusa.

Num comentário à mais recente subida da taxa de juro de referência em Moçambique, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics Africa diz que “a mais recente decisão do comité de política monetária sugere que esperam que a inflação se mantenha a dois dígitos nos próximos meses”, em linha com a previsão da consultora, que antevê um aumento dos preços acima de 12% este ano.

Na sexta-feira, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu aumentar a taxa MIMO em dois pontos percentuais, de 15,25% para 17,25%, argumentando com a inflação e o contexto internacional.

“A medida visa assegurar o retorno da inflação para um dígito, no médio prazo”, referiu o regulador em comunicado, acrescentando: “Perspectiva-se a manutenção da volatilidade dos preços dos produtos energéticos e alimentares a nível internacional, em face do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, com potencial para desencadear uma espiral de aumento sustentado de preços a nível doméstico”.

As reservas internacionais moçambicanas têm “caído consistentemente, de 3,56 mil milhões de dólares, em Julho de 2021, para 2,83 mil milhões em Julho deste ano, com o banco central a intervir no mercado cambial para estabilizar o câmbio do metical nos 63,83 por dólar”, dizem os analistas, alertando que “uma queda contínua nas taxas de juro reais pode levar a saídas de capital, que colocariam ainda mais pressão nas reservas internacionais e minariam a capacidade do banco central para manter a taxa de câmbio”.

A inflação homóloga em Moçambique foi de 12,1% em Agosto, o valor mais alto dos últimos quatro anos e 11 meses, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De: Francisco Jovo

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