FMI aprova 1.ª avaliação do programa de ajuda financeira em Moçambique

Anunciou, ontem, Fundo Monetário Internacional (FMI) a aprovação da primeira avaliação do programa de assistência financeira em Moçambique, permitindo o desembolso de quase 64 milhões de dólares em Dezembro, sujeito a aprovação final da direcção.

“A equipa técnica do FMI e as autoridades moçambicanas chegaram a consenso sobre as políticas que podem sustentar a aprovação do conselho de administração da primeira avaliação do programa de assistência financeira e levar ao desembolso de cerca de 63,8 milhões de dólares”, sensivelmente o mesmo em euros.

Na nota divulgada ontem em Washington, o FMI diz que “a recuperação económica continua”, prevendo um crescimento de 3,8% este ano, mas alerta para o desafio que é colocado pelo aumento dos preços internacionais dos alimentos e dos combustíveis.

O FMI aprovou em Maio o primeiro programa de assistência financeira depois do escândalo das dívidas ocultas, abrindo caminho, desde então para uma revisão em alta do ‘rating’ da Fitch Ratings e o regresso também do apoio orçamental directo por parte do Banco Mundial.

No comunicado divulgado ontem e citado pela Lusa, que confirma as declarações positivas do chefe da missão do FMI em Moçambique, Álvaro Piris, na sexta-feira, a equipa técnica do FMI reconhece as dificuldades mundiais, mas salienta que o Governo tem reagido bem e de forma proactiva, o mesmo acontecendo com as medidas do banco central.

“Todas as metas quantitativas e qualitativas definidas para a primeira avaliação foram cumpridas e foi feito um bom progresso na agenda estrutural, de forma geral; para o futuro, o ambiente macroeconómico continua desafiante”, lê-se no comunicado, que conclui: “As autoridades querem continuar a implementar a sua ambiciosa agenda de reformas, incluindo a nova lei sobre o fundo soberano, a reforma dos salários da administração pública e as alterações à lei da seriedade pública”.

Em 09 de maio, Moçambique recebeu ‘luz verde’ do FMI para o primeiro programa oficial de apoio a Moçambique (excluindo pandemia e ciclones) depois da suspensão provocada em 2016 pelo escândalo das dívidas ocultas, permitindo o desembolso da primeira porção de 91 milhões de dólares (89,45 milhões de euros) do empréstimo do FMI, no valor de 470 milhões de dólares (462 milhões de euros) até 2025.

O Governo calcula que as necessidades de financiamento para o programa 2022-2024 estarão supridas, esperando 552 milhões de dólares (553 milhões de euros) em apoio orçamental por parte de outros parceiros de desenvolvimento, dos quais 500 milhões de dólares (501 milhões de euros) do Banco Mundial.

Na conferência de imprensa da semana passada, Álvaro Piris afastou, pelo menos para já, a possibilidade de aumentar o valor da ajuda financeira em função das dificuldades económicas acrescidas.

 

De: Francisco Jovo

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