A Associação Médica de Moçambique decidiu prorrogar por mais 21 dias a greve numa altura em que os restantes profissionais de saúde iniciaram, no último domingo, em todo o território nacional, uma greve geral de 21 dias, exigindo ao Governo que sejam satisfeitas as suas exigências. A situação está a provocar um verdadeiro caos nalgumas unidades sanitárias.
O Presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Lutero Simango, orienta ao Governo moçambicano e aos médicos para pautarem pela via de diálogo como solução para colocar ponto final nas greves.
Segundo o Presidente, o impasse entre o Governo e os profissionais de saúde está a degradar, continuamente, o estado de saúde de milhões de moçambicanos. Prossegue: “A problemática de greves, num sistema multipartidário, é normal. Greves sempre vão existir. E é por isso que o Governo do dia deve ter capacidade de dialogar e conversar.”
Simango, que falava na cidade da Beira perante os membros do seu partido, disse ainda que o Estado devia dar o exemplo, adoptando uma cultura de diálogo, para se encontrar soluções perante as exigências dos grevistas do sector da saúde.
Lutero Simango fundamenta que quem mais sofre com esta paralisação de actividades por parte dos médicos e outros profissionais da saúde é o povo moçambicano que não tem capacidades financeiras para recorrer às clínicas privadas. Sustentando a sua tese questiona: “Quantos moçambicanos têm dinheiro para viajar à África do Sul, Índia ou Portugal para serem tratados?”
Efectivamente, o Governo, nesta altura, deve recorrer ao diálogo e produzir soluções imediatas para ultrapassar a crise.