FALAR dos acontecimentos do dia 16 de Junho de 1960, em Mueda, na província de Cabo Delgado, é falar de um marco importantíssimo na determinação do povo moçambicano de conseguir a sua independência sem derramamento de sangue, o que leva a crer que o método pacífico para alcançar os seus objectivos esteve sempre presente.
Foi na tarde deste dia, cerca das 17 horas, que um pelotão de soldados coloniais disparou metralhadoras e lançou granadas contra a população indefesa que, sem nenhuma manifestação de resistência ou fuga, aceitou ser chacinada durante longos dez minutos que durou o carnificina, tendo tombado mais de 500 pessoas entre velhos, homens, mulheres e crianças.
No acervo documental que o “Notícias” possui, é possível encontrar depoimentos e testemunhos de sobreviventes que assistiram ao martírio, onde todos se mantiveram firme e determinados a morrer, no lugar de continuar o sofrimento que durava há mais de 500 anos, imposto pelo colonialismo português.
Este acontecimento teve o resultado inverso do que a máquina colonial esperava, pois tinha como objectivo amedrontar os moçambicanos e força-los a desistirem da sua determinação de exigirem a independência nacional, continuando sujeitos pacíficos da escravatura e “bestas” para o trabalho forçado.
Mas, pelo contrário, o Massacre de Muede tornou-se num símbolo de unidade e fonte de inspiração para todos os moçambicanos sobre a necessidade de se concentrarem no combate a este inimigo comum e, por essa via, chegar à independência nacional.
Fonte: Noticías