Mudanças em Moçambique duvidas pelo Oxford Economics

A consultora Oxford Economics Africa diz que a melhoria do ‘rating’ da Fitch demonstra mais confiança em Moçambique, mas duvida das reais mudanças na governação do país.

“A melhoria das notações de crédito soberano de Moçambique e a retoma do apoio geral ao orçamento por parte das instituições de Bretton Woods são sinais de que a confiança no Governo está a ser restabelecida, o que está a catalisar mais empréstimos e investimentos estrangeiros”, lê-se num artigo de análise.

“No entanto, concordamos com os comentadores locais” em relação a que “praticamente pouco mudou em termos de governança e que há indícios de que o autoritarismo está, de facto, em ascensão”, acrescenta.

O influxo de financiamento concessional e doações que está à vista “é muito bem-vindo e essencial para os esforços de Moçambique para reconstruir a província de Cabo Delgado, devastada pela guerra, e financiar o seu défice orçamentário”, nota a consultora.

A Oxford Economics Africa destaca o anunciado plano do Governo para aplicar mais de 300 milhões de euros para restaurar infraestruturas em Cabo Delgado nos próximos três anos.

“Espera-se que o Governo moçambicano utilize agora o seu melhor acesso ao financiamento externo para implementar reformas que evitem outra crise de dívidas ocultas e ajudem a estabilizar a situação de segurança na região norte, rica em gás”, cujas reservas “são críticas para a economia de longo prazo do país, para o desenvolvimento e sustentabilidade”, conclui.

A agência de notação financeira Fitch subiu na sexta-feira o ‘rating’ de Moçambique de CCC para CCC+, aliviando a perspectiva de risco na concessão de crédito ao país.

“As restrições de financiamento a Moçambique diminuíram substancialmente com o acordo de crédito de 456 milhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, anunciou.

A Fitch espera que o acordo dê ‘luz verde’ a outras formas de “financiamento concessional de parceiros multilaterais, incluindo o Banco Mundial, após anos de acesso restrito a fontes externas de financiamento após o escândalo das dívidas ocultas de 2016”.

A agência prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) “acelere para 7,7% em 2024 e permaneça alto até 2026”. (Lusa/Noam)

 

De: Francisco Jovo

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