Agências humanitárias defrotam “a maior falta de financiamento de sempre” -ONU

Os projectos humanitários das Nações Unidas encaram uma incruzilhada de financiamento sem precedentes este ano, com apenas um terço dos 48,7 mil milhões de dólares necessários, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), da ONU.

O dinheiro é necessário para ajudar cerca de 204 milhões de pessoas em todo o mundo, à medida que os conflitos armados e as alterações climáticas emergem como factores-chave de ” mega-crises” que ameaçam a subsistência de povos inteiros.

” Em mais de metade do ano, o défice de financiamento ascende a 33,6 mil milhões de dólares, o nosso maior défice de financiamento de sempre”, disse o porta-voz da OCHA, Jens Laerke, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

“As necessidades no mundo estão a aumentar muito mais rápido antes do financiamento dos doadores chegar”, frisou.

Até agora, foram angariados 15,2 mil milhões de dólares para cobrir metade do ano, igualmente um recorde, disse Laerke, num ano de aumento das necessidades humanitárias.

De acordo com o website da OCHA, os Estados Unidos são o principal doador, contribuindo apenas com pouco mais de oito mil milhões de dólares, enquanto que o Programa Alimentar Mundial foi o maior beneficiário.

Os quase 50 mil milhões de dólares necessários incluem todos os apelos coordenados pela ONU em todo o mundo, como os planos anuais de resposta humanitária na República Democrática do Congo e na Síria, bem como apelos urgentes na Ucrânia devastada pela guerra e apelos regionais para os refugiados no Afeganistão.

O dinheiro destina-se a todas as agências humanitárias da ONU e a algumas ONG, mas não cobre os apelos da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e do CICV porque têm processos de apelo independentes, disse Laerke

 

De: Francisco Jovo

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