A REVIMO lucra menos do que o esperado em 2021

A empresa Rede Viária de Moçambique, SA., ou REVIMO, registou resultados operacionais baixos em 2021, segundo ano de operações, estimado no valor de 125.9 milhões de Meticais (contra 107 milhões de Meticais registados em 2020). O lucro de 2021 foi menos do que o esperado na empresa, pois é 7% inferior ao valor previsto.

Num Relatório e Contas da REVIMO para 2021, o Conselho de Administração diz que o lucro registado foi menos do que previsto em (-7%), como consequência da falha no alcance da receita das portagens prevista em (-9.6%) “O desvio desfavorável nos proveitos operacionais ficou a dever-se à baixa contribuição das portagens da EN6 na receita da classe 4, impactado pela Covid-19, que causou a redução da disponibilidade e escoamento de mercadorias junto do porto da Beira”, lê-se na mensagem do Conselho de Administração.

Em relação a gestão de portagens, a firma de auditoria independente chama atenção a REVIMO pela venda manual de bilhetes na maioria das portagens de um total de oito em operação em 2021. “À data da emissão do relatório de auditoria, a empresa geria oito portagens, nomeadamente, Ponte Maputo Katembe, Mudissa, Macaneta, Ponta D’Ouro, Mahubo, Dondo, Nhamatanda e Chimoio. Destas, apenas duas portagens é que têm o sistema de cobrança electrónico, nomeadamente, Ponte Maputo Katembe e Mudissa, e as restantes um sistema de venda de bilhetes manual”, lê-se no relatório do auditor independente, a Nexia BKSC.

Sobre o Tráfego registado durante o ano de 2021, a REVIMO registou um volume de tráfego geral de 6.2 milhões de viaturas, que se posicionou acima do previsto em (+2.2%), em todas as portagens (realce para a Maputo-Katembe que registou 1.6 milhão de viaturas, um crescimento em 19.8% em relação a 2020), com excepção de Dondo e Chimoio. Segundo o Relatório da empresa concorreram para este resultado, “o aumento do turismo doméstico impulsionado pelas altas temperaturas que se registaram; a fábrica de cimento da Bela Vista que movimentou viaturas da classe 4, na Katembe e Mudissa e o funcionamento intermitente da fronteira da Ponta D’Ouro, intensificando o movimento migratório”.

Em comparação a 2020, a fonte diz que o tráfego global aumentou em 13.7% em todas as portagens, crescimento que se deve à redução das restrições relativas à Covid-19 e ao aumento da circulação de camiões em Mudissa e Katembe, provenientes da fábrica da Bela Vista.

A questão do Investimento aprovado, conforme o Relatório e Contas de 2021, a REVIMO tem uma carteira de investimentos concluídos e em curso avaliada em cerca de 8.3 mil milhões de Meticais. “Alguns dos principais investimentos são referentes à construção do Nó de Tchumene; sistemas electrónicos de cobrança; requalificação das rotundas e repintura da estrada Circular de Maputo; 1ª fase das obras de protecção costeira da Estrada Circular de Maputo, ao longo da Av. Marginal; reabilitação das estradas Macia – Praia do Bilene, Macia – Chókwé e Chókwé – Macarretane e construção de quatro portagens; construção da Estrada Marracuene – Macaneta e portagem de Macaneta; instalação de iluminação pública nas Estradas Circular e N6; obras de emergência para reparação da N6: Beira – Machipanda (Km 220, Baixa do Púnguè); Conclusão da construção nas secções da estrada N6, incluindo as obras pós-ciclone IDAI; entre outros”, detalha o informe.

O balaço da REVIMO de 2021, indicava que o activo total situava-se em 9 mil milhões de Meticais contra 6.8 mil milhões de Meticais de 2020. Já os passivos não correntes foram de 7.5 mil milhões de Meticais em 2021, contra 5.5 mil milhões de 2020. Os passivos correntes situaram-se em 704.5 milhões Meticais, contra 557 milhões de Meticais registados em 2020.

A REVIMO, SA., é uma sociedade anónima, moçambicana, de direito privado, com sede em Maputo, que tem como objecto principal a construção, conservação e exploração, sob sistema de portagens, de estradas e pontes e suas infra-estruturas conexas, construídas ou por construir. A sociedade pode igualmente desenvolver, participar e explorar outras áreas de interesse e de rentabilização da sua operação.

O portefólio desta instituição compreende a EN6: Beira-Machipanda, com 287 km; a Circular de Maputo, com 71,4 km, incluindo a extensão da estrada Marracuene-Macaneta, com 12 km; a Ponte Maputo-KaTembe e respectivas Estradas de Ligação entre Maputo-Fronteira da Ponta D´Ouro, Zitundo-Vila da Ponta D`Ouro e Bela Vista-Boane, com um total de 187 km e; as Estradas R453 Macia – Praia do Bilene; N101 Macia – Chókwè e R448 Chókwè – Macarretane, na província de Gaza, com um total de 115.5 km. (CartaMZ)

 

De: Custódio Persidónio Cossa

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