Voou, em 2015, para os EUA, onde aportou no afamado, quanto receptivo, Seward County Community Colleges, instituição de ensino talismã para basquetebolistas moçambicanas que estabeleceram a sua dinastia.
Cruzado o Atlântico, havia que conciliar os estudos e mostrar que a passagem fugaz de Deolinda Ngulela e Ilda Chambe era o estender do tapete para que mais basquetebolistas moçambicanas tivessem aceitação.
Desafiada, como “rookie”, arrancou, nas “Lady Saints”, com médias de 16,7 pontos/jogo, 7,1 ressaltos, 62.5% na linha de lances livres e 26.9% nos tiros exteriores. Bons targets, caminho desbravado para uma longa e sinuosa caminhada para o segundo lugar na Conferência Jayhawk e, depois, no Torneio da Região VI.
Foi, pelos “targets” e características, referenciada para a D-1 (divisão I) da NCAA, maior prova de basquetebol universitário dos EUA. Foi condicionada por malditas lesões que a afastaram da quadra, cerca de dois anos, em que teve que ir “à faca”. Voltou com força, entrou em 2020 para o basquetebol profissional pela porta do UCAM Primafrio Jairis da LF2 (segunda divisão da Espanha).
Qual ascensão meteórica, assinou, a 10 de Outubro de 2020, o melhor desempenho de todas as competições da FEB, ao colectar um duplo-duplo: 29 pontos, 12 ressaltos e 4 assistências para uma classificação final de 46 pontos, números ao alcance de poucas jogadoras que a levaram a ser a MVP da 3ª jornada da Liga Feminina 2.
Pavilhão Grapa aos pés da basquetebolista moçambicana. Depois de provar o seu valor como uma das melhores jogadoras da categoria, na LF2, com média de 11,7 pontos e 5,7 ressaltos por jogo, Clitan transferiu-se para o Vantage Towerd Alcobendas, conjunto que levou esta temporada aos “play-offs” da Spain-LF2-Challenge.
“Foi uma integração muito rápida e efectiva: muitas mudanças pelo estilo de jogo da equipa e, também, pela forma de trabalhar do treinador. Contudo, temos sempre que fazer ajustes quando nos mudamos. Sendo o meu primeiro ano na equipa, como profissional, devo dizer que foi um processo muito intenso, e creio que, rapidamente, me adaptei e pude ser aquilo que sou como jogadora”, avaliou Clitan.
Na nova aventura, os dados estatísticos indicam que, em 30 jogos, Clitan de Sousa teve média de 7,8 pontos e 5,3 ressaltos, 68,9% de aproveitamento na linha de lances livres, 38,4% nos lançamentos de campo e 29,2% na zona dos 6, 75 metros. Ademais, contabilizou 743:32 minutos, uma média de 23, 4 por jogo.
“Os números? Risos! Na verdade, eu sempre olho para os números como apenas números. Eu acredito que tive uma temporada incrível. Superei e superámos muitos desafios durante a temporada. Tive muitas mais responsabilidades que marcar pontos, quando fui contratada para jogar no Vantage Towers. Esta contratação foi mesmo pela posição defensiva e energia positiva que trago como colega de equipa. Isso é algo que não aparece muito nas estatísticas. Então, para mim, foi uma temporada incrível, e a minha missão foi cumprida”, notou.
Esta foi a melhor temporada dos últimos anos do Vantage Towerd Alcobendas. É a avaliação que faz a internacional basquetebolista moçambicana, tendo como dados o facto de o conjunto ter atingido a fase dos “play-offs”.
“Tivemos a melhor época que o clube fez nos últimos anos. Os desafios foram vários – um deles foi a questão das lesões. Tivemos metade da equipa lesionada a meio da temporada. Tais lesões aconteceram num período em que perdemos vários jogos e, ainda assim, conseguimos juntar forças e lutar pela qualificação aos play-offs – fizemos isso com sucesso.”
O céu é o limite, e o limite é mesmo atingir outros patamares. “Como jogadora, pretendo melhorar ainda mais para poder evoluir a um nível mais alto. Pretendo ter melhor performance”, indicou.