“Eles sabem que se utilizarem armas nucleares contra a Ucrânia, isso terá consequências graves”, disse Jens Stoltenberg.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, afirmou, esta quinta-feira, que a aliança transatlântica vai acompanhar o próximo exercício nuclear da Rússia e garantiu que não se deixará “intimidar” pelas ameaças russas.
“Não seremos intimidados”, sublinhou o responsável aos jornalistas, após uma reunião com os ministros da Defesa da aliança, em Bruxelas. “A retórica nuclear da Rússia é perigosa, imprudente, e eles [Rússia] sabem que se utilizarem armas nucleares contra a Ucrânia, isso terá consequências graves”.
Na primeira grande reunião de ministros da NATO, desde que a Rússia emitiu ameaças nucleares contra o Ocidente, Stoltenberg sublinhou que, à semelhança do passado, vai continuar a acompanhar de “perto” os exercícios nucleares anuais da Rússia e manter-se vigilante, “sobretudo à luz das ameaças nucleares e da retórica perigosa que temos visto do lado russo”.
Ainda na quarta-feira, um alto funcionário da NATO considerou que um ataque nuclear por parte da Rússia alteraria o curso do conflito e, provavelmente, provocaria uma “resposta física” dos aliados da Ucrânia e da própria aliança.
Citado pela Reuters, o funcionário, que falou de forma anónima, afirmou que qualquer utilização de armas nucleares por Moscovo teria “consequências sem precedentes” e “quase certamente obteria uma resposta física de muitos aliados, e potencialmente da própria NATO”.
A tensão Russo-Ucraniana começou com o objectivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia e a operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A Organização das Nações Unidas confirmou que cerca de seis mil civis morreram e nove mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates. (RM)
De: Custódio Persidónio Cossa
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