FMI antevê crecimento económico mais baixo do que o do Governo

O Fundo Monetário Internacional antevê para Moçambique, um crescimento económico de 4,9% em 2023, previsão esta que é ligeiramente mais baixa e diferente da do Governo, que aponta para um crescimento de 5% no ano que vem.

A pouco tempo, o Governo aprovou a proposta da lei que deverá aprovar o PESOE, Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2023, mecanismo que fixa para 5% o nível de crescimento económico do país no próximo exercício económico.

Contudo, o FMI pensa diferente, o fundo fala de 4,9%.

Sendo que esta não era a previsão inicial para Moçambique nem para outros países da África Subsahariana. Conforme o Outolook de Outubro, cujo foco é o combate à inflação, nesta região, perspectiva de crescimento é ligeiramente mais baixa do que o antevisto em Julho, com uma descida de 4,7% em 2021 para 3,6% e 3,7% em 2022 e 2023.

Olhando para as economias avançadas, o crescimento deverá baixar de 5,2%, em 2021, para 2,4%, em 2022 e 1,1%, em 2023. Com a redução a ganhar espaço, o crescimento é revisto em baixa, em comparação com a actualização do WEO de Julho (em 0,1 ponto percentual para 2022 e 0,3 ponto percentual para 2023).

A projectada desaceleração e os rebaixamentos estão concentrados nas economias dos Estados Unidos e da Europa. O crescimento nos EUA deverá baixar de 5,7%, em 2021, para 1,6%, em 2022, e 1,0%, em 2023, sem crescimento em 2022.

A redução do crescimento é menos notável na Zona Europeia do que nos Estados Unidos em 2022, mas deverá aprofundar-se em 2023.

O FMI projecta um crescimento de 3,1% em 2022 e 0,5% em 2023. Há uma revisão em alta de 0,5% desde Julho para 2022, devido a um crescimento mais forte do que o projectado resultante do segundo trimestre na maioria das economias da zona, e uma revisão em baixa de 0,7% para 2023.

A Itália e a Espanha, com uma recuperação nos serviços relacionados com o turismo e com a produção industrial no primeiro semestre de 2022, contribuíram para o crescimento projectado de 3,2% e 4,3%, respectivamente, em 2022.

Contudo, em ambos os países o crescimento deve baixar tangivelmente em 2023, com Itália a experimentar um crescimento anual negativo. O crescimento projectado em 2022 é menor, na França, em 2,5%, na Alemanha, em 1,5%, e a desaceleração, em 2023, é especialmente assinálavel para a Alemanha, com resultados negativos no crescimento anual.

O fraco crescimento em 2023 na Europa é reflexo de causas como efeitos colaterais da guerra na Ucrânia e condições financeiras mais apertadas, com o Banco Central Europeu que encerrou as compras líquidas de activos e aumentou as taxas de juro em 50 pontos base em Julho de 2022 e 75 pontos-base em Setembro de 2022.

 

De: Custódio Persidónio Cossa

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